09 setembro, 2013

Numa folha de caderno

   Não preciso ir muito longe para lembrar dos meus medos. Eles estão sempre aqui apertados, guardados pelo avesso no fundo das minhas próprias gavetas. É mais cômodo... Gavetas que eu sei aonde achar, gavetas que eu esqueço que existem. Elas sempre estão ali e eu estou sempre no fogo cruzado. É como se minhas próprias lembranças me bombardeassem sem querer.
   Meus medos que parecem passageiros são visitantes recentes e rotineiros da minha casa. Me possuem e me confrontam, silenciam minha autoestima. Provocam tropeços inseguros nessa estrada inconveniente da vida. 
  É como se eu estivesse e ao mesmo tempo não existisse. É como se eu brilhasse sendo assim tão transparente. Ao exato, ao invés, no meu refúgio, meu avesso. Chorando contando até dez, finalizando sem esperar um começo. Não espere de mim nem o que eu posso oferecer de melhor, quando posso eu não quero e começo tudo outra vez.
   Meus risos são soltos e improvisados, meu coração não me suporta. Talez eu já não entenda mais esse "ai de mim". É uma dor de cabeça, dor nas costas, é uma canseira que sempre bate... E as porradas da vida são tão delicadas quanto minhas lágrimas de aço.


Escrevi esse texto no meio da aula de Química. Talvez este não seja um obs importante, mas fazia muito tempo que eu não escrevia assim... No meu caderno, ao natural, minha caligrafia, minha letra estranha. Me pareceu sincero, foram sentimentos "ao vivo". E aqui está... Como deveria ser.

Beijo, Leth.